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Com a Primavera chega a rinite
Adriana Silva
Na atualidade, enfrentamos uma pandemia provocada por um vírus respiratório (SARS-CoV-2) que tem originado consequências devastadoras a nível mundial. Contudo, é importante não nos esquecermos que continuam a existir outros problemas de saúde, nomeadamente agudizações de doenças crónicas que facilmente se confundem com a COVID-19. Uma dessas patologias é a rinite alérgica, que afeta cerca de 22% da população portuguesa e cujas exacerbações se costumam manifestar na Primavera.
A rinite alérgica é uma doença inflamatória crónica da mucosa nasal e na sua origem, para além de uma predisposição genética, sabe-se que a exposição a determinados estímulos (alergénios) está associada a uma reação do sistema imunológico – pó doméstico, pêlos de animais, fungos, poeiras e pólenes (cujas concentrações no ar aumentam na Primavera).

As principais manifestações são espirros, comichão nasal, corrimento no nariz alternado com nariz entupido e dificuldade na perceção de cheiros.
A rinite alérgica pode afetar negativamente a qualidade de vida através de despertares noturnos frequentes, resultando em cansaço generalizado, dores de cabeça e irritabilidade e nas crianças pode estar ainda associada a uma diminuição da concentração e da capacidade de aprendizagem.
Relativamente à sua gravidade, a rinite não é preocupante se os sintomas ocorrerem em menos de 4 dias por semana e durarem menos de 4 semanas seguidas. Mas, se tal acontecer, a rinite é considerada persistente e a procura de ajuda médica não deve ser adiada.
O tratamento assenta em medicação anti-inflamatória, anti-alérgica e descongestionantes, de aplicação local ou sistémica e, simultaneamente, o doente deve manter uma higiene adequada das fossas nasais, utilizando regularmente soro fisiológico ou água do mar.

No âmbito das doenças alérgicas, para além da terapêutica farmacológica, é igualmente importante a prevenção das crises, sendo a evicção dos alergénios a base para o sucesso do tratamento. Neste contexto, recomendam-se as seguintes medidas:
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Ventilar e arejar a casa e os quartos, de preferência com exposição solar;
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Optar por mobiliário simples e reduzido, paredes lisas e pintadas, evitando o papel de parede e cortinas;
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Evitar elementos que acumulam pó como tapetes, alcatifas, livros e no caso das crianças peluches;
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Aspirar pelo menos 2 vezes por semana o chão e o colchão da cama;
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Preferir lençóis e fronhas de algodão, que devem ser lavados semanalmente a temperaturas elevadas (+60°C);
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Limitar a entrada de animais domésticos, mantendo-os no exterior da casa;
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Consultar os boletins polínicos na Primavera;
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Utilizar óculos de sol;
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Evitar atividades ao ar livre, sobretudo quando as concentrações de pólenes forem mais elevadas.
